quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Presídio Dois Rios

O presídio da praia Dois Rios foi desativado no governo Brizola e parcialmente demolido. As edificações periféricas, incluindo a antiga residência do diretor, hoje abrigam um Centro de Pesquisas criado para servir de apoio a estudos de universidades.
A foto retrata quadro do artista insulano D`Zizito
Foram inúmeros os presos “famosos” da Ilha Grande. Entre eles, destacamos os que escreveram sobre sua estada: Graciliano Ramos, Orígenes Lessa, Agildo Barata e André Torres. Mas, também passaram por lá o famoso Madame Satã (que passou a morar no Abraão após ser libertado), o atualmente deputado Fernando Gabeira, os revolucionários Flores da Cunha e Luiz Carlos Prestes, o escritor Nelson Rodrigues, além do próprio Escadinha e de Lucio Flávio.
Em seu livro Ilha Grande, Orígenes Lessa (do jornal de um prisioneiro de guerra), narra sua prisão, junto de milhares de soldados paulistas – famosos e desconhecidos. Jamais tentou fugir, mas narrou diversas tentativas. Seu livro mostra a super-lotação da prisão, o desespero e o desânimo, do ponto de vista de um preso de guerra:
“Um bocejo imenso e coletivo saúda a primeira manhã de Presídio. Alguns botam-se de pé, reagindo contra a moleza. Não há preparativos difíceis. Dormiram vestidos, sem tirar o sapatão, sem desapertar as perneiras, como nas noites pipocadas da trincheira. Saímos depois formados para a continência à bandeira. O quadrado de prisioneiros, no pátio, com os vestuários mais disparatados do mundo, olha a bandeira que se eleva com o olhar de quem espera, faminto, o toque de café. Só nos interessa comer” . passetti@klepsidra.net

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