sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Graciliano Ramos

Graciliano Ramos nasceu em Quebrângulo (AL) em 1892. Escritor, manteve-se como comerciário, tendo se tornado prefeito de Palmeira dos Índios (AL). De 1930 a 1936, foi Secretário de Instrução de Alagoas. Demitido sob acusação de aproximação com os comunistas, foi preso. Passou por diversas prisões, entre elas, pela Ilha Grande (Dois Rios). Em 1937, foi solto. Em 1945, filia-se ao PCB e em 1952, viajou à URSS, morrendo no ano seguinte, vítima do câncer. Publicou diversos clássicos da literatura brasileira, como São Bernardo, Vidas Secas, e o Memórias do Cárcere, onde narra o período em que esteve preso. Em Memórias, critica duramente o governo, sua prisão e as instituições por onde passa. Na sua descrição, Dois Rios foi o pior presídio pelo qual passou: passetti@klepsidra.net
“Através das barras de ferro uma turba confusa me surgia de
chofre, corpos indecisos a mexer-se, em pé, de cócoras, estendidos, espalhando o surdo rumor já notado enquanto me raspavam a cabeça. Nenhuma particularidade, som ou visão, se destacava nessa balbúrdia. Apenas o novelo animado a desdobrar-se no escuro e o burburinho a rolar. Um cheiro desagradável, complexo, indeterminado, provocava tosse” Graciliano Ramos

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